Missão-teste para Aleksandros Aahbran

O que é a vida? Ah, corta essa, eu tava tentando fazer algo diferente e ser um narrador filósofo, tá ligado? Mas eu não sou pago pra isso, então contentem-se com o serviço meia boca prestado por mim, afinal, o salário não é grandes coisas. Tem coisas não precisam ser ditas, eis que em vez de conta-las irei falar sobre as condições de vida que o Aleksandros me submete: Eu trabalho em troca de um teto e um pouco de comida, só que ele me amarra no pé da mesa... O mais interessante é que eu não posso comer na mesa, tenho que comer ração de cachorro no chão e... O quê? A masmorra não, chefe. A masmorra não. *Choro*

O dia começa normalmente no chalé de Hermes, como era de se esperar o nosso herói não havia sido reclamado ainda, provavelmente porque os deuses consideravam suas habilidades e queriam coloca-lo como deus de tudo que é incrível diretamente, ele não precisava de progenitor. Todavia, algo novo aconteceu, algo que iria mudar sua rotina no acampamento por completo. *Batidas na porta*

"Onde diabos estão esses filhos de Hermes? Eu sou apenas um convidado e tenho que ficar abrindo a porta..." - Sandro pensava enquanto caminhava em direção a porta, ele não sabia que aquele dia mudaria a vida dele.

- Aahbran, Aleksandros? - ...

- Sim? - Dizia enquanto erguia uma sobrancelha.

- Como você pode ver eu sou um sátiro e trago uma mensagem. - A figura pega um pergaminho, desenrola e começa a ler. - *Voz formal* Indefinido, serei breve, encontre-me na Casa Grande. Quíron.

- É... - Aleksandros esfregava o rosto e tentava tirar sua expressão de sono. - Em um minuto estarei lá, só preciso me trocar.

Assim que o semideus terminou de falar, o mensageiro virou as costas e saiu, sem dizer uma única palavra. Alek respirou fundo e fechou a porta, voltou ao cantinho dos rejeitados. - apelido carinhoso que deu a parte do chalé de Hermes onde os indefinidos ficavam. - Trocou de roupas, tirou a camiseta laranja do acampamento e colocou uma branca, sem estampa. Uma calça jeans e tênis de corrida, afinal, ele precisava correr. Antes de sair lembrou de lavar o rosto e escovar os dentes.

*Já na Casa Grande*

- Campista, você sabe o porque de eu ter chamado-lhe aqui? - Dizia Quíron em sua cadeira de rodas. Por algum motivo ele não estava em sua forma de centauro, talvez a sala fosse pequena demais, ou o fato de que ele não caberia atrás daquela mesa.

- Deveria...? - Aleksandros respondeu um pouco hesitante.

- Para ser honesto. - Pequena pausa. -  Não... Bem, o motivo de lhe chamar aqui são duas notícias, como é de se esperar, uma boa e uma ruim. A boa é que você ganhou uma viagem para o Brasil... A ruim é que você sairá em sua primeira missão... Eu o escolhi porque você conhece muito bem o país, melhor do que qualquer outro campista e o instrutor da arena também tem falado bastante sobre o seu progresso em combate.

- Tudo bem. Eu parto que dia? - Respondia com medo de ser feito em pedaços, aquela era sua primeira missão e não sabia o que iria enfrentar.

- Sua partida deve ser imediatamente. - Quíron pega um envelope em uma das gavetas da mesa e estende a mão. -  Os habitantes de Rio Branco precisam de você imediatamente, não sabemos ao certo o que irá encontrar, então leve algumas armas e proteção.

- Eu levarei. - Dizia enquanto pegava o envelope.

- Tenho alguém lhe esperando no topo da colina, uma das vãs do acampamento. Te deixará no aeroporto, você pega o avião e... Faz o seu trabalho. - Quíron sorriu mostrando bom humor.

Aleksandros se levanto e se despede do diretor. O que ele sentia? Uma mistura perigosa de medo e excitação, medo de ser morto e excitação por sua primeira missão, aquele garoto não era exatamente normal. Ele passa no chalé de Hermes para pegar seus itens de semideus, uma espada de bronze, uma cota de malha e um saquinho com ambrósia, não sabia quando seria necessário, entretanto era melhor prevenir.

Nesse momento eu poderia descrever com detalhes a viagem, mas não teve nada demais. Ele subiu a colina, encontrou uma das vãs de Argos que o levou até o aeroporto, lá ele foi para o setor de embarque, pegou o avião e voou até o seu destino, não há nada que eu possa narrar que não seja perda de tempo, então...

A viagem foi normal, um pouco cansativo, mas o semideus era dotado de um vigor fora do normal, como se tivesse uma bateria extra que o permitia fazer mais ações antes de precisar recarregar. Havia algumas coisas que poderiam distrair um pouco da missão, estava indo para o Brasil, muitas mulheres bonitas e coisas a se fazer, a menos que você seja um adolescente, aí é um saco porque você ainda não tem poder aquisitivo e não pode desfrutar da noite, mas... O que diabos eu tô falando aqui? Vamos voltar a aventura.

Assim que chegou em Rio Branco, o garoto começou a andar pelo aeroporto. Sua missão era meio em branco, ele só sabia que tinha que ir lá e ajudar e não sabia exatamente ajudar em quê. Decidiu que iria procurar por informação, foi até um dos guichês de informação e abordou um homem de meia idade.

- Olá... Eu sou novo na cidade e ouvi alguns moradores dizendo que iriam sair do estado por causa de alguns problemas que estão acontecendo aqui e isso me deixou um pouco assustado... Você sabe do que se trata? Eu ficaria bem mais aliviado se soubesse o que está acontecendo e porque essas pessoas estão fugindo. - Mentiu.

- Olá, garoto. Eu, bem, não sabia que isso estava acontecendo... Vou chamar uma das minhas assistentes e pedir para ela lhe ajudar com isso... Ela é uma moradora e deve saber do que está acontecendo. Eu, por outro lado, vivo viajando com companhias aéreas.

- A, sim... Obrigado.

O homem se afastou e foi para uma área interna, procurava por alguém que pudesse explicar melhor a situação para o semideus. Enquanto esperava, Aleksandros acabou se perdendo em pensamentos sendo que só voltou ao normal ao normal ao sentir um toque em seu ombro, o garoto se vira e da de caras com uma atendente. Ela era loura e tinha uma pele muito branca, seus cabelos eram lisos, porém se encaracolavam nas pontas. Seu rosto possuía traços suaves e femininos que faziam Alek se perder em pensamentos até que sua voz o chama de volta a realidade.

- Olá, tudo bem? Meu chefe pediu que eu lhe desse informações sobre o que está acontecendo na cidade... Todavia, é um assunto um pouco complexo e não posso preocupar outras pessoas, se importaria de me acompanhar até uma área mais privada?

O semideus não diz nada, apenas sorri e segue a mulher. Juntos seguem para uma área do aeroporto que estava fechada. Caminhando e pensando no destino de sua missão, o jovem acaba perdendo informações sobre pra onde ia. Depois de mais alguns segundos ele chega em um grande salão e perde a mulher de vista. Preocupado começa a ouvir movimentos escuros e uma voz vinda de cima chama sua atenção.

- Semideuszss.... Você acaba de vir para sua mortssssz. - Dizia a garota que se transformava lentamente em uma Dracnaenae. Suas roupas se rasgavam e a nova forma surgia aos poucos, toda a beleza se esgotava.

- A... É só você? - Alek dizia com sua espada de bronze já em mãos, ele estica o braço e vira a lâmina para baixo, de modo que seu cotovelo fica para cima e ele apoia a ponta no chão. - Pensei que tivessem encarregado uma ameaça maior para me matar... Só porque eu sou indefinido.

Quando Aleksandros termina de falar a mulher dragão salta da plataforma onde estava, era uma queda de uns cinco metros, mas ela estava bem, que pena. Agora com uma espada de duas mãos tirada sabe-se lá de onde,a criatura fitava o seu novo oponente. Sandro respira fundo e segura sua espada com as duas mãos, após isso ele começa uma investida em direção a Dracnaenae, quando estivesse próximo o bastante tentaria desferir um golpe transversal de baixo para cima, sendo que ele partiria da direita.

Aleksandros desfere um golpe, mas minha mãe me chamou aqui e eu não pude ver se foi bem sucedido, enfim, a dracnaenae girou e colocou sua arma voltada para os pés do semideus. Ele não era muito rápido e talvez essa fosse sua vantagem, com um pouco de habilidade, quiçá sorte poderia saltar e esquivar daquele golpe. Caso conseguisse tentaria, no ar, girar seu corpo no sentido horário, logo colocaria seu braço em 90 graus com o intuito de acertar sua oponente com um poderoso golpe.

Agora o semideus possuía um ferimento em sua perna, aquilo era preocupante, fazia com que parte de sua determinação se dissipasse e se converte-se em preocupação com seu estado físico, outrossim começava a pensar em consumir um pouco de ambrosia para que seu ferimento fosse curado, mas depois de pensar um pouco achou que ainda não estava na hora, deixaria o ferimento se agravar um pouco.

O maior dos problemas agora não era o ferimento em sua perna e sim na Dracnae, ele a fitava e via que ela estava pronta para o combate, sentia uma dor moderada na perna e isso o motivava a ficar mais atento na batalha. Ao perceber um contra ataque por parte da criatura, começou a traçar estratégias evasivas.

O ataque da Dracnae era impulsivo, porém difícil de lidar. Ela salta em sua direção e mira a espada no coração do semideus, em ocasiões comuns ele simplesmente andaria para o lado, entretanto a adversária já havia mostrado destreza e capacidade, então, ele decidiu entregar-se a dor na perna e deixar seu corpo cair, na verdade, um empurrãozinho para o lado e um rolamento. Tentaria se esquivar rolando e deste movimento viria seu contra ataque, pois levantaria a espada de modo a acertar as... Como eu posso referir ao corpo de cobra que ela possuía no lugar das pernas? Bem, vocês entenderam.

Aleksandros acerta um golpe baixo em uma das caudas de sua oponente, criando assim um pequeno corte que poderia acabar evoluindo para uma hemorragia devido a forma como a batalha estava se desenvolvendo, mas não poderia contar com isso, pois não entendia sobre a mecânica biológica de uma criatura como aquela, só lhe restava contar com a benção dos deuses.

Outrossim, a Dracnae não havia deixado o ataque passar despercebido, ela não só havia contra atacado como havia acertado a perna machucada do semideus, sorte que ele estava abaixado ou os danos poderiam ser ainda maiores. O monstro não estava contente com uma simples rabada, queria utilizar de um recurso mais mortal, sua espada, então tratou de executar um golpe transversal.

Aleksandros estava abaixado, esta é a determinante do movimento. Começou a pensar em uma defesa, na verdade, ele não pensou apenas seguiu seus instintos de batalha, como o ataque vinha de cima para baixo, ele aproveitou que estava agachado para desferir um golpe no sentido oposto da Dracnae, todavia não termina nisso.
Enquanto atacava - ou defendia - o garoto optou por firmar o corpo e se levantar, acrescentando assim o seu peso no impacto de lâminas, uma nova variável que poderia ser útil a seu favor. - Pernas, coluna e costas - Caso seu movimento desse certo, a arma da Dracnae seria jogada para trás, o que resultaria na abertura de sua guarda, um momento oportuno para o verdadeiro ataque, um novo golpe transversal partindo de cima para baixo, utilizando ainda da energia de sua subida e do peso para potencializar a descida, criando uma espécie de repuxo no ar.

Como o primeiro movimento partia da direita para a esquerda e de cima para baixo, o segundo fazia o caminho oposto - Como se usasse a técnica de seu inimigo contra o próprio. - e era realmente uma tática ofensiva que deveria criar um corte rente abrangendo a maior parte do corpo de seu adversário.

As lâminas se cruzam formando um x e por alguns minutos o semideus e a dracnaese encaram por alguns segundos. Era fácil notar a determinação no olhar do indefinido, mas algo ainda mais evidente era o ódio impresso na íris da mulher dragão, aquilo estava se tornando pessoal, acho que ela nunca imaginou que um semideus pudesse causar tantos estragos.

O duelo de forças entre espadas estava durando tempo demais e a Dracnae se sentindo ameaçada acaba por usar uma tática não muito justa em combate, ela expele um jato de veneno que atinge os globos oculares do garoto. O que esperar disso? Primeiro começa a arder e ele vai ficando com a visão obstruída aos poucos, precisava se livrar daquilo para que não fosse prejudicado em batalha... "Coé" "cê" já foi prejudicado, cara. Tente se manter vivo. *Narrador para de se intrometer.*

Ainda no começo de sua cegueira, Alek decide que precisa atacar enquanto sabe a posição de seus inimigos e se afastar até que consiga recuperar sua visão. Havia outra coisa que ele precisava enfrentar, a vontade de levar uma das mãos aos olhos, mas sabia que se o fizesse abriria sua guarda para um ataque, eis que teve uma brilhante ideia: O garoto deu um passo para trás, sabia que sua melhor chance de ataque era agora, logo, desfere um golpe horizontal na altura da cintura, pois dentre os movimentos ofensivos que sabia fazer com a espada, esse era o mais difícil de esquivar em sua concepção.

Tendo atacado e ainda estando cego, não podia saber se seu movimento havia tido resultado. Percebendo que não poderia ficar tão próximo, começou a afastar com uma série de rolamentos para trás e para a direita, sendo que ele não seguia um padrão, porque sabia que a Dracnae seria capaz de percebê-lo. Depois de muito rolar, o garoto fica agachado e se concentra em ouvir a movimentação de sua oponente, sabia que ela estava machucada, então deveria produzir algum ruído ao se mover, desde um arrastar por possuir pernas de cobra até um barulho de sangue pingando no chão, devido ao ferimento que possuía na perna.

Vale ressaltar que desta vez Aleksandros decidiu fazer uma coisa nunca antes feita por ele: Orar. Naquele momento de cegueira e desespero estava recorrendo aos deuses, sabia que não podia esperar muito, se eles fossem de fazer contato, já saberia quem é seu progenitor, todavia, tinha que ter fé. Outra coisa que fazia, era piscar repetidamente para que o veneno saísse de seus olhos e o líquido lacrimal fizesse uma lavagem.

Obs: Por que eu tenho barrinha de energia? Posso usar poderes?

Aleksandros continuava agachado e fica piscando no intuito de fazer lavagem em seus olhos e sua visão voltar aos poucos, seria muito bom se aquilo acontecesse, de preferência, o mais rápido possível, mas sabia que viria progressivamente e que não poderia esperar milagres em um combate. A Dracnae ria do semideus, mas aquilo poderia beneficia-lo, faria com que ele tivesse uma noção da distância que ela se encontrava e naquele momento audição era uma das coisas que mais usava.

Passados alguns segundos ele não ouve mais nada e sente uma batida em seu braço esquerdo. Alek queria seguir seus instintos, mas seria uma decisão burra atacar por aquele lado sabendo que ela possuía duas caudas de cobra, então algo em sua mente o trouxe a razão e fez com que ele se lembrasse de sua infância no Brasil. Quando era mais novo, constantemente os seus amigos tocavam no ombro de alguém estando no lado oposto. - Eu estou no lado direito e toco seu ombro esquerdo pra você olhar e não ver ninguém. - Por um momento sorriu, lembrando de como as coisas eram mais fáceis, eis que ele decide que iria agir como se fosse aquilo, era uma tática arriscada, pois tinha 50% de chances de estar errado, mas ele decidiu arriscar.

Presumindo que seu oponente estava do seu lado direito, devido ao raciocínio antes demonstrado, Aleksandros inclina seu corpo para trás, como se deitasse do chão, se sua outra suposição estivesse certa, - que o ataque viria na altura do ombro, pois a Dracnae bateu em seu braço. - ele deveria conseguir se esquivar desta forma, logo ele tenta fazer um golpe lateral levemente inclinado para cima, cerca de 40º, pois assim abrangeria um grande espaço sem abrir muito a sua guarda. Também começava a se sentir um alívio nos olhos e acreditava que o efeito do veneno estava passando.

Obs: Ok, quando for usar os poderes, colocarei. e-e

Aleksandros já começava a enxergar e isso o deixava um pouco mais confortável, não era como a visão normal, mas já via os vultos mais definidos e começava a achar que isso já seria o suficiente para orienta-lo em combate. Depois de receber um golpe que causava um pequeno corte em seu ombro, conseguiu causar danos na Dracnae também.

Quando executou seu golpe com a espada, o garoto acabou terminando de deitar no chão, de modo que suas costas ficaram em contato direto com o solo, em condições normais aquilo seria ruim, imagina agora que ele disponha apenas de parte de sua visão, todavia, ele sabia que estava começando a se sair um pouco melhor no combate e decidiu focar seus golpes em uma única área, pois assim poderia agravar os cortes da Dracnae. Como estava baixo resolveu que se focaria na cauda.

A Dracnae também estava no combate e não facilitaria a vida do semideus, eis que ela desfere uma estocada na parte esquerda do corpo do semideus, ou seja, pelo fato de ele estar deitado, o golpe viria de cima para baixo e a lâmina deveria estar reta, literalmente cravando-a. Como não tinha muitas opções de esquivas, Alek joga seu corpo para a esquerdando, ficando de lado, deitado sobre seu braço esquerdo, assim diminuiria o espaço ocupado por seu corpo. O problema de sua posição era que ficava mais próximo das caudas da Dracnae, mas ela não seria burra o bastante para tentar empurrar um oponente armado com sua cauda. Logo, o garoto parte para a ofensiva e desfere uma estocada no ferimento que estivesse mais acessível, ele havia dito que se focaria na cauda, mas a situação se complicava, aproveitando que estava por baixo, se possível iria desferir um golpe vertical nos braços da Dracnae, que por estar em cima e desferir uma estocada, certamente os deixou vulneráveis.